ARRITMIA NOS IDOSOS

A arritmia no idoso é uma condição comum.

 

É frequente que as pessoas falem em arritmias como se todas fossem a mesma coisa.

 

Arritmia é um termo amplo utilizado para definir as alterações da parte elétrica do coração, que fazem o coração bater de “forma errada”.

 

Falando de forma mais clara, arritmia é uma condição na qual há uma alteração dos batimentos cardíacos, ou seja, o coração está batendo errado.

 

Mas, há muitos tipos de arritmias, como bradicardias, taquicardias, bloqueios atrioventriculares etc.

 

Cada arritmia pode causar diferentes tipos de sintomas e exigem diferentes tratamentos.

 

No artigo de hoje falaremos sobre a arritmia mais comum nos idosos, mas também nos adultos, que é a Fibrilação Atrial.

 

  • INCIDÊNCIA

 

A fibrilação atrial é uma arritmia comum, principalmente nos idosos. Sua prevelência aumenta bastante com a idade.

 

A fibrilação atrial acomete cerca de 1% da população geral; essa taxa varia de 0,1% dos indivíduos com menos de 55 anos a quase 10% dos indivíduos com mais de 80 anos.

 

  • FATORES DE RISCO

 

A fibrilação atrial é mais comum nos idosos e no sexo masculino.

 

Além disso, os principais fatores de risco para essa arritmia são: hipertensão arterial e doença coronariana (infarto). Mas outras doenças cardíacas também podem contribuir para o surgimento de fibrilação, como as doenças valvares.

 

Pacientes jovens podem apresentar quadros agudos de fibrilação atrial desencadeados por ingestão excessiva de bebida alcóolica.

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  • SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

 

Boa parte dos pacientes podem não apresentar nenhum sintoma e acabam descobrindo a arritmia durante a realização de um exame, como o eletrocardiograma.

 

  • Aqueles que têm sintomas, podem queixar de:
  1. – palpitações
  2. – falta de ar
  3. – intolerância ao exercício físico

 

O diagnóstico pode ser feito através de eletrocardiograma (ECG). Mas, comumente, precisamos de um exame mais completo, que é o Holter de 24 horas. Este é capaz de avaliar a atividade elétrica do coração durante o dia inteiro e tem maior acurácia para diagnosticar arritmias.

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  • COMPLICAÇÕES

O maior problema da fibrilação atrial são as suas complicações.

 

Vamos entender um coração com fibrilação atrial:

O coração tem 4 cavidades, 2 átrios e 2 ventrículos.

Quando o indivíduo tem fibrilação atrial, os átrios não contraem direito e o sangue fica lá dentro se acumulando. Esse sangue parado tem um alto risco de coagular e gerar trombos.

 

Esses trombos, por sua vez, podem sair dos átrios e irem para outras partes do corpo. Se os trombos vão para a cabeça, podem causar um AVC ou derrame.

 

E essa é a grande preocupação que temos com relação aos pacientes com essa arritmia.

 

Além da formação dos trombos, essa arritmia também pode levar a um quadro de insuficiência cardíaca, principalmente quando os batimentos ficam muito acelerados.

 

  • TRATAMENTO

 

  1. O tratamento dos pacientes com fibrilação atrial tem dois objetivos principais:

– evitar a formação de trombos dentro do coração e, consequentemente, do derrame (AVC);

– evitar que os batimentos fiquem muito acelerados.

 

  1. Visto isso, as medicações que vamos utilizar são:

– anticoagulantes para evitar os trombos

– antiarrítmicos para controlar os batimentos

 

É necessária uma avaliação médica minuciosa dos pacientes com fibrilação atrial, para planejamento do melhor tratamento.

 

Essas medicações também têm efeitos colaterais e devem ser prescritas pelo médico.

Nunca se automedique!

 

 

 

Referências:

 

  1. https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-of-and-risk-factors-for-atrialfibrillation?sectionName=EPIDEMIOLOGY&search=fibrilação%20atrial&topicRef=1022&anchor=H2&source=see_link#H2
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Loren Andrade

Residência em Geriatria no Hospital das Clínicas da USP. Especialista em Geriatria no InCor - USP

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