Hiperplasia Prostática Benigna

 

Com o envelhecimento, é normal que ocorra crescimento da próstata. Quando esse crescimento é importante, ele pode gerar uma condição chamada Hiperplasia Prostática Benigna. Como o próprio nome diz, é uma condição BENIGNA, não é câncer. A hiperplasia da próstata é muito comum no idosos, chegando a acometer mais da metade dos homens com mais de 60 anos. 

Nem sempre o aumento da próstata vai causar sintomas. Mas se esse crescimento for significativo e começar a comprimir a uretra (canal por onde passa a urina), alguns sintomas urinários podem surgir.

Quais são os principais sintomas?

O indivíduo pode não apresentar nenhum sintoma, caso a próstata não esteja comprimindo significativamente a uretra.

Mas, se a próstata cresce a ponto de comprimir a uretra de forma significativa, alguns sintomas urinários podem ocorrer. Os mais comuns são:

  1. Dificuldade para iniciar a micção. Às vezes o paciente sente que precisa fazer força para conseguir fazer xixi;
  2. Como a bexiga não esvazia completamente, o paciente pode urinar várias vezes ao longo do dia;
  3. Sensação de jato urinário fraco;
  4. Vontade de urinar várias vezes à noite;
  5. Incontinência urinária do tipo “urgência” (sente vontade de urinar e não dá tempo de chegar ao banheiro, podendo escapar urina na roupa);
  6. Em casos mais graves, pode haver retenção urinária e o paciente não conseguir urinar.

Como é feito o diagnóstico de hiperplasia prostática benigna?

Caso o paciente apresente sintomas sugestivos de Hiperplasia Prostática Benigna, alguns exames são solicitados para confirmação do diagnóstico e para investigar possíveis complicações.

Os exames solicitados são:

  • exames de sangue que avaliam a função renal (ureia e creatinina), pois a alteração da função renal é uma complicação possível;
  • PSA (antígeno prostático específico);
  • Exames de imagem, como a ultrassonografia. Através desse exame conseguimos avaliar o tamanho da próstata, e os órgão do aparelho urinário (bexiga, rins e ureteres). O exame pode mostrar se há resíduo urinário importante (o que pode indicar que está havendo retenção de urina como complicação) e se há dilatação dos rins e ureteres (que também pode ser uma complicação da retenção de urina).

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Como é feito o tratamento da hiperplasia prostática?

Em geral, o tratamento vai estar indicado quando o paciente tem sintomas que o incomodam. Aqueles com sintomas discretos ou sem sintomas podem ser apenas acompanhados.

Há classes diferentes de medicações, com diferentes benefícios e com efeitos colaterais possíveis.

Através de uma consulta médica detalhada é que o médico decidirá as melhores opções de tratamento.

As medicações disponíveis são:

– bloqueadores alfa-adrenérgicos: são medicações que “relaxam” a uretra e diminuem a obstrução causada pelo crescimento da próstata, facilitando a passagem da urina. Podem causar queda da pressão e tontura. 

– inibidores da 5-alfa-redutase: atuam diminuindo o tamanho da próstata. Podem causar disfunção erétil e queda da libido (mas isso nem sempre acontece!).

– anticolinérgicos: são usados quando o paciente tem incontinência urinária. Podem causar boca seca, tontura, intestino preso.

Em casos mais graves e que não respondem às medicações, pode ser indicada cirurgia da próstata.

Visto que há diferentes classes que medicações, que agem de diferentes maneiras e com efeitos colaterais diversos, é muito importante que o paciente não se medique por conta própria e procure avaliação médica!

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Loren Andrade

Residência em Geriatria no Hospital das Clínicas da USP. Especialista em Geriatria no InCor - USP

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