- Qual a importância de falar sobre a Depressão
A depressão é hoje considerada um problema de saúde pública, mas ainda negligenciada e às vezes pouco reconhecida, em parte devido ao preconceito e à falta de conhecimento da população.
Em 2015, os transtornos depressivos foram considerados a terceira causa de incapacidade no mundo.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2017, 5,8% da população brasileira sofria de depressão, o que representava 11,5 milhões de brasileiros com a doença em números absolutos. O Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo do continente americano, ficando um pouco atrás dos Estados Unidos, que tinha 5,9% de depressivos.
Apesar de a depressão ser uma doença tão frequente e que pode acarretar em incapacidade e importante comprometimento da qualidade de vida do indivíduo, ela ainda passa despercebida em muitas situações.
Isso acontece por alguns motivos e, dentre eles, o preconceito se destaca como uma importante barreira para o diagnóstico e tratamento adequados.
Esse preconceito se manifesta nos diversos aspectos da doença. Existe ainda um enorme tabu com relação ao diagnóstico dos transtornos depressivos. Além disso, há também uma falta de conhecimento da população a respeito dos possíveis sintomas de depressão, o que leva muitas vezes a acharem que se trata de uma tristeza normal ou um cansaço ocasionado pelo estresse do dia a dia.
Ainda mais preocupante é a falta de reconhecimento da doença na população idosa, na qual, muitas vezes, a depressão é erroneamente interpretada como alteração “normal da idade”.
O preconceito afeta também o processo de tratamento. Muitos pacientes têm vergonha ou medo de admitir que precisam usar antidepressivos.
É preciso conscientizar a população de que a depressão não se trata de uma questão de escolha, mas que na verdade é uma doença. Precisamos reconhecer a necessidade de educar as pessoas para o reconhecimento precoce do quadro, para que um diagnóstico precoce possa ser estabelecido e o tratamento adequado instituído.
É importante também trabalharmos no sentido de acabar com os julgamentos. Precisamos entender que cada ser humano é único e o que gera um sofrimento enorme em alguém, talvez não te cause as mesmas emoções. Não podemos julgar o outro pela nossa perspectiva.
- Qual a causa da DEPRESSÃO?
A fisiopatologia exata da depressão ainda não está completamente elucidada. Entretanto, é reconhecido cientificamente que ocorre uma redução na função de certas “substâncias” presentes no cérebro, tecnicamente chamadas de “neurotransmissores” (exemplos: serotonina, noradrenalina, dopamina).
Essas substâncias circulam no cérebro e são responsáveis por diversas funções relacionadas ao humor, como por exemplo o prazer e a satisfação. Por isso, quando estão reduzidas, ocorrem os sintomas como tristeza e desânimo.
Os antidepressivos têm a função de aumentar esses neurotransmissores no cérebro e, assim, regular as suas funções e, como consequência, melhorar os sintomas da depressão.
A depressão em geral está associada a fatores genéticos e ambientais. É sabido que a história familiar em parente de primeiro grau de transtornos depressivos e ansiosos constituem um fator de risco para o desenvolvimento de depressão.
Em se tratando dos fatores ambientais e eventos de vida, citamos: divórcios, morte de parentes e amigos queridos, episódio prévio de depressão, elevados níveis de estresse, história de trauma.
- Como reconhecer um quadro de depressão?
A depressão é uma condição com uma grande variedade de apresentações clínicas e diversos sintomas associados. Às vezes, se apresentando com sintomas muitos sutis, o que pode acarretar numa dificuldade de reconhecimento da doença; outras vezes com sintomas semelhantes aos de outras doenças, gerando uma confusão no diagnóstico.
Entretanto, existem critérios diagnósticos muito bem estabelecidos para o reconhecimento da depressão e, nesse sentido, é fundamental uma avaliação médica minuciosa para o estabelecimento do diagnóstico e a gradação da severidade da doença.
Outro ponto importante na avaliação diagnóstica é reconhecer o quanto o indivíduo mudou em relação ao seu estágio prévio de humor. A percepção de tristeza e alegria pode ser muito subjetiva. Você deve conhecer alguém com um comportamento mais introspectivo, mais “quieto” e “calado” que muitas vezes é julgado como “deprimido” por quem não o conhece. E, nesse contexto, entra a importância de um familiar ou amigo durante a avaliação, desde que seja da vontade do paciente (é preciso respeitar sua autonomia).
Os sintomas mais comuns e mais fáceis de reconhecer são: humor deprimido, perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, sentimento de vazio, falta de esperança na vida, choro fácil, sensação de culpa. Na depressão, estes sintomas ocorrem na maior parte do tempo.
Boa parte dos paciente com depressão também apresentam sintomas de ansiedade.
Outros sintomas, que muitas vezes são atribuídos a outras doenças e que podem estar relacionados à depressão são: perda ou ganho de peso, alteração do apetite, insônia ou excesso de sono, irritabilidade, agitação, lentidão motora (passa a fazer tudo mais lento), dificuldade de concentração, fadiga e cansaço, perda de energia, alteração de memória.
Mais grave e preocupante é a ideação de suicídio, que pode acontecer nos pacientes com depressão. É necessário um reconhecimento precoce, para que medidas apropriadas possam ser tomadas com urgência para evitá-lo.
Aqui eu chamo a atenção de vocês para um detalhe importante: a maioria desses sintomas são “inespecíficos”, ou seja, eles não acontecem apenas nas pessoas com depressão. Isso que dizer que você pode apresentar alguns desses sintomas e isso não significa que você tenha depressão.
Para se fazer o diagnóstico de depressão é necessário que o paciente apresente uma combinação de sintomas, e que estes sintomas ocorram num nível que comprometa seu funcionamento e sua qualidade de vida. Para esse reconhecimento, é preciso uma avaliação médica.
A depressão pode se apresentar em diferentes níveis de gravidade de acordo com a quantidade de sintomas e o grau de comprometimento do funcionamento e a incapacidade gerada no indivíduo. Nesse sentido ela pode ser categorizada como: leve, moderada e severa. Essa classificação é importante na escolha da estratégia de tratamento.
- A importância da avaliação médica
Nos tópicos acima já falamos um pouco a respeito da necessidade de uma avaliação médica detalhada para o estabelecimento do diagnóstico de depressão, devido aos sintomas muitas vezes serem sutis ou muito semelhantes ao sintomas de outras doenças, o que pode causar uma confusão diagnóstica.
Além disso, o que mais é realizado durante a consulta?
- Investigação de outras doenças que não a depressão
Em alguns estudos científicos, foi encontrado que até cerca de 30% dos pacientes com sintomas depressivos apresentavam uma doença de base que contribuía ou era a causa para esses sintomas.
Outras doenças clínicas podem estar associadas a sintomas depressivos, como exemplos: anemia, alteração da tireoide (hipotireoidismo), epilepsia, doença de Parkinson, apneia do sono, deficiência de vitaminas (como exemplo a B12 e folato), doenças infecciosas (como HIV e sífilis). Em alguns casos, o tratamento da doença de base pode melhorar ou até resolver os sintomas depressivos.
Nesse contexto, a depender da suspeita diagnóstica, alguns exames podem ser necessários.
- Avaliação das medicações e substâncias em uso
Alguns remédios para tratar outras doenças podem penetrar o sistema nervoso central e causar sintomas depressivos; como por exemplo algumas medicações para doenças cardiovasculares, alguns tipos de hormônios, opióides, alguns antibióticos.
Algumas drogas lícitas e ilícitas, assim como a suspensão delas (causando a famosa abstinência) podem também levar a sintomas depressivos.
- Comoé feito o tratamento?
Como vimos acima, antes de iniciar o tratamento específico com antidepressivos, é necessário investigar outras doenças que possam estar contribuindo para os sintomas de depressão e tratá-las.
Além disso, é necessário graduar a depressão em leve, moderada e grave; pois as estratégias podem ser diferentes.
A base do tratamento consiste nas medicações antidepressivas, mas alguns outros medicamentos podem ser associados a depender dos sintomas presentes, como por exemplo os sedativos (medicações usadas para dormir).
Existem diversos tipos de antidepressivos, a maioria deles sendo igualmente efetivos. Dessa forma, a escolha da medicação é feita principalmente com base nos efeitos extras (ou seja, os efeitos que o remédio tem além de melhorar o humor) e no perfil de efeitos colaterais.
Citareis alguns exemplos:
– Existem antidepressivos que podem causar sono, estes serão preferíveis em pacientes com insônia;
– Outros podem causar aumento do apetite e ganho de peso, assim serão úteis naqueles que estão perdendo peso;
– Ainda, existem aqueles que melhoram quadros de dor e serão a escolha em pacientes com dores crônicas.
Vamos às principais dúvidas dos pacientes!
- Todo paciente com depressão precisa usar remédio?
Nos casos de depressão leve, a terapia inicial pode se constituir de terapia com psicólogo e monitoramento dos sintomas; deixando as medicações para os casos em que não houve melhora satisfatória. Há estudos mostrando taxa de melhora satisfatória de até 50% com a psicoterapia.
Para os quadros de depressão moderada e grave, comumente já está indicado o tratamento combinado com antidepressivo e psicoterapia. Entretanto, em alguns casos de depressão moderada pode ser tentada uma abordagem inicial com psicoterapia.
- Com quanto tempo de tratamento vejo melhora? Por quanto tempo devo usar a medicação?
O tempo necessário é muito individual.
Os pacientes podem começar a apresentar melhora dos sintomas após 2 semanas de tratamento. Em geral, na prática, começamos a ver resultado após um ou dois meses.
Depois que observamos uma resolução dos sintomas, precisamos manter o tratamento por no mínimo 6 meses, mas esse tempo pode variar de acordo com a gravidade do quadro e com a presença de outros fatores de risco. Em boa parte dos casos é necessário manter a medicação por 2 anos ou mais.
- Os antidepressivos podem viciar? Eu posso precisar usá-los para o resto da vida?
Alguns pacientes acabam precisando usar os antidepressivos por um tempo muito prolongado, mas isso não significa dependência ou vício.
Citarei um exemplo para que vocês entendam o que pode acontecer:
“O paciente com depressão grave iniciou tratamento com antidepressivo e psicoterapia, apresentou uma melhora importante dos sintomas após alguns meses e permaneceu com a medicação por mais 2 anos após a melhora. Quando o médico começou a desmamar o remédio (diminuir a dose aos pouquinhos), o paciente voltou a apresentar os sintomas de depressão e foi necessário retornar a dose mais alta do remédio”.
Deu pra entender? Ele não está viciado no remédio! Mas teve um quadro grave que apresentou recidiva (retorno da doença) quando foi tentado retirar a medicação. Por isso necessitou permanecer com a medicação.
- E se eu não melhorar com o tratamento inicial?
Se o tratamento com antidepressivo não resultar em uma melhora satisfatória, algumas estratégias são possíveis:
– Trocar por outro antidepressivo da mesma classe ou de outra classe;
– Associar a psicoterapia (se esta ainda não tiver sido iniciada);
– Associar um antidepressivo de outra classe;
– Utilizar outras medicações para tratar os sintomas residuais associados.
- Dra, eu também tenho ansiedade! O tratamento muda?
O pilar do tratamento é o mesmo: antidepressivos e psicoterapia. Mas existem algumas peculiaridades. Primeiro, no início do tratamento com antidepressivo, pacientes com sintomas de ansiedade podem experimentar uma piora “transitória” da ansiedade nas primeiras semanas. Isso melhora, mas às vezes pode ser necessário associar um “tranquilizante” no início do tratamento.
- A minha depressão pode voltar?
Sim, é possível que após um tratamento bem sucedido de um quadro de depressão haja recorrência da doença.
Tem estudos mostrando taxas de recorrência de depressão de 26% em até um ano após o primeiro episódio e 76% em 10 anos.
- Quais as diferenças no paciente idoso?
Se você já leu outros artigos do blog, deve ter percebido que as doenças nos idosos comumente se apresentam com peculiaridades e com apresentações “atípicas”. Na depressão não é diferente. E nesse tópico iremos falar um pouco dessas diferenças.
O idoso também apresenta sintomas de humor deprimido, mas um pouco menos comumente que os indivíduos mais jovens. Observamos com frequência é irritabilidade, ansiedade e sintomas somáticos (que são queixas físicas persistentes como dor, fadiga, diarreia, que não estão associadas a uma doença de base). Isso, muitas vezes, acaba levando o paciente a procurar diversos especialistas e a investigar várias doenças que justifiquem esses sintomas, sem sucesso.
No idoso também é mais frequente a existência de doenças clínicas associadas à depressão. E a relação entre elas pode ser bidirecional: as doenças clínicas como dor crônica podem acarretar em uma predisposição à depressão; e, por outro lado, a depressão pode aumentar a percepção das dores, piorando o quadro.
Outro ponto muito importante a ser falado sobre as peculiaridades no idoso: a alteração de memória!
A alteração da memória é uma queixa muito frequente no consultório do geriatra. Pacientes com depressão podem apresentar alteração de memória e, por outro lado, como falamos acima, pacientes com alteração de memória e demência podem apresentar sintomas depressivos.
Comumente, indivíduos com depressão apresentam alteração da atenção e da destreza para realizar as atividades, o que pode levar a uma dificuldade de memória.
Nesses casos de pacientes com depressão que queixam de alteração de memória; idealmente avaliaremos a memória de forma objetiva, através de testes de memória, após uma melhora dos sintomas depressivos.
Com relação às peculiaridades do tratamento, devemos ressaltar a maior probabilidade dos idosos de apresentarem efeitos colaterais, por isso tendemos a iniciar com doses menores e ir progredindo lentamente até atingir a dose alvo. Além disso, em geral o idoso usa mais medicações e, portanto, o risco de apresentar interações entre os remédios é maior. Precisamos estar atentos a esses detalhes!
Chamo a atenção de vocês para a importância do tratamento “não farmacológico”, que é importante para todos, mas em especial no idoso, que muitas vezes por dificuldade de transporte ou por achar que vai incomodar, acaba se privando de diversas atividades. A atividade física, uma alimentação saudável, engajamento em atividades sociais e de lazer são todas comprovadamente eficazes e aumentam as chances de sucesso com o tratamento.
Sem falar da enorme importância da psicoterapia!
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